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Ministra da Saúde angolana pede “bom senso” à Ordem dos Médicos

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A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, apelou aos membros da Ordem dos Médicos de Angola para ultrapassarem a crise interna. Destituída do cargo em outubro passado, a bastionária Elisa Gaspar recusa deixar o cargo.


África 21 Digital com DW

   

Sílvia LutucutaA ministra da Saúde angolana apelou esta segunda-feira (04.01) ao “bom senso” para que os médicos ultrapassem a crise que se vive na Ordem dos Médicos de Angola (Ormed). O motivo da discórdia é a destituição em outubro passado da bastonária da Ormed, Elisa Gaspar, que recusa abandonar o cargo.

“Nós temos que trabalhar com todas as classes de profissionais e vamos aqui apelar apenas ao bom senso. Estamos num momento difícil em que todos somos necessários para o trabalho que temos pela frente”, afirmou Sílvia Lutucuta a jornalistas em Luanda, no final da cerimónia de receção de material de biossegurança e testes da Covid-19 doados pela União Europeia (UE).

Para a responsável, a ausência da bastonária, destituída em assembleia-geral extraordinária, configura-se numa “manobra dilatória para impedir que os interesses da classe que ela diz defender prevaleçam”.

O conselho regional norte da Ormed aprovou, em 17 de outubro de 2020, a destituição de Elisa Gaspar, devendo ser promovidas novas eleições em 90 dias. De acordo com a deliberação, foi também decidido criar uma comissão de inquérito para analisar as irregularidades e promover uma auditoria independente.

A médica Elisa Gaspar, há mais de um ano no cargo de bastonária da Ormed, é acusada de “descaminho de fundos e gestão danosa” da instituição, entre os quais um alegado desvio de 19 milhões de kwanzas (o equivalente a mais de 23 mil euros), e de “outros gastos injustificados”. A bastionária nega todas as acusações.

Uma comissão de gestão da Ormed, sob a coordenação da médica Arlete Nangassole e que emana da assembleia geral extraordinária, está em funções desde 3 de dezembro de 2020, na sequência de uma cerimónia de posse, reconhecida como “atípica”, sem a presença da bastonária destituída.

Em outubro passado, Elisa Gaspar disse ter encontrado uma dívida de 21 milhões de kwanzas (cerca de 25 mil euros) naquele órgão. A médica garante que vai continuar no cargo e prometeu avançar com duas queixas-crime contra o conselho regional norte, que promoveu a assembleia geral extraordinária, por “calúnias”.

Por duas vezes, em novembro e dezembro, médicos angolanos que aprovaram a destituição da bastonária foram impedidos pela polícia de aceder às instalações da Ormed por alegadas ordens de Elisa Gaspar.


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