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Cabo Verde: Alex Saab diz-se inocente das acusações dos EUA e recusa ser extraditado

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 O colombiano Alex Saab, detido em Cabo Verde, afirma que é “inocente” das acusações dos Estados Unidos de América (EUA), recusando ser extraditado por apoiar o regime venezuelano que o Presidente Trump “está a tentar derrubar”.


Paulo Julião / Lusa


“Posso dizer categoricamente: sim, sou inocente”, afirmou Alex Saab, na entrevista escrita a partir da cadeia na ilha do Sal, onde está detido a aguardar extradição desde junho pedida pelos EUA, que o consideram um testa-de-ferro do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

“A minha única ofensa é ajudar o povo da Venezuela sob a liderança do Presidente Maduro. Sou vítima de perseguição política, estou injustamente preso por atender às necessidades humanitárias do povo venezuelano. Com certeza não terei um julgamento justo se for extraditado e serei alvo de envenenamento por ser agente diplomático de um país cujo Governo é alvo da administração americana”, acusou ainda.

Na entrevista à Lusa, Saab rejeitou as acusações da justiça norte-americana: “Os EUA não produziram uma única prova para apoiar as alegações feitas contra mim. As alegações são baseadas no depoimento de testemunhas desacreditadas, cujas declarações foram adquiridas por meio da concessão da cidadania norte-americana e outros benefícios em troca de mentiras, meias verdades e insinuações”, afirmou.

Neste processo, os EUA, que pedem a extradição do colombiano, acusam Alex Saab de ter branqueado 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) para pagar atos de corrupção do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, através do sistema financeiro norte-americano.

“A minha equipa trabalhou muito para provar que as sete alegações de lavagem de dinheiro enumeradas no pedido de extradição não eram nada mais do que pagamentos com cartão American Express. Assim que os EUA compreenderam que estávamos preparados e capazes de refutar não só estas, mas todas as acusações, os EUA escreveram às autoridades de Cabo Verde e discretamente disponibilizaram-se para retirar aquelas sete acusações”, acrescentou.

O empresário colombiano recorda que todo este processo “falhou” desde o início, já que a sua detenção foi feita em Cabo Verde quando, diz, viajava como “enviado especial” da Venezuela, com imunidade diplomática. Além disso, foi feita recorrendo a “uma ordem ilegal” de detenção, emitida “após” a prisão pela polícia cabo-verdiana.

Alex Saab, de 49 anos, foi detido em 12 de junho pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas, durante uma escala técnica no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos EUA, quando regressava de uma viagem ao Irão.

O Governo da Venezuela afirmou que Saab viajava com passaporte diplomático daquele país, enquanto “enviado especial”, pelo que não podia ter sido detido, e continua a exigir a sua libertação.

Entretanto, a equipa internacional de defesa de Alex Saab, liderada pelo antigo juiz espanhol Baltasar Garçón, tem até 09 de janeiro para apresentar o anunciado recurso para o Supremo Tribunal de Justiça da decisão de 04 de janeiro, do Tribunal da Relação do Barlavento, favorável à extradição de Alex Saab para os EUA.

“É óbvio que não posso ter um julgamento justo nos Estados Unidos porque apoio o governo que o regime de Trump está tentando derrubar. Quanto a Cabo Verde, não violei nenhuma lei em Cabo Verde, então porque é que continuam a manter-me detido ilegalmente?”, questionou.

Sobre a acusação norte-americana que levou à sua detenção na ilha do Sal em junho, Alex Saab recorda o seu estatuto de “enviado especial” da Venezuela, que lhe confere imunidade diplomática, sendo também desde dezembro representante permanente suplente do país junto da União Africana.

Sobre a acusação de ser um testa-de-ferro de Maduro, o empresário colombiano é direto: “Ridícula”, uma forma de “assédio” e de “desacreditar” a Venezuela e o Presidente Nicolás Maduro.

“Sou grato pelas oportunidades que a Venezuela me proporcionou nos últimos 15 anos. Em retribuição, considero uma grande honra ter recebido a tarefa de apoiar os programas de assistência social de que o povo venezuelano necessita, especialmente durante a pandemia de covid-19”, afirmou.

Insiste que as nomeações atribuídas pela Venezuela acontecem porque trabalha “incansavelmente para retribuir a confiança do Presidente Maduro, da sua equipa e do povo venezuelano”.

“O meu único crime é trabalhar para o meu Presidente e para o seu povo. O nosso país está a superar barreiras incríveis para erradicar a pandemia e estamos a trabalhar em cooperação com outros países, incluindo vários em África, e é por isso que a minha nomeação como embaixador [União Africana, em dezembro último] faz todo o sentido”, acrescentou.

Alex Saab, de 49 anos, foi detido em 12 de junho pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas, durante uma escala técnica no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos EUA, quando regressava de uma viagem ao Irão.

O Governo da Venezuela afirmou que Saab viajava com passaporte diplomático daquele país, enquanto “enviado especial”, pelo que não podia ter sido detido, e continua a exigir a sua libertação.

Entretanto, a equipa internacional de defesa de Alex Saab, liderada pelo antigo juiz espanhol Baltasar Garçón, tem até 09 de janeiro para apresentar o anunciado recurso para o Supremo Tribunal de Justiça da decisão de 04 de janeiro, do Tribunal da Relação do Barlavento, favorável à extradição de Alex Saab para os EUA.

Para Alex Saab, todo o processo é “sem dúvida” uma forma de os Estados Unidos visarem a Venezuela: “Sou um mero instrumento ou meio para alcançar esse fim”.

“O regime do Presidente Trump, que como todos viram nos últimos dias inclusive patrocinou e apoiou uma tentativa de golpe contra os órgãos legislativos dos Estados Unidos, tem uma obsessão pela República Bolivariana da Venezuela e pelos seus órgãos de Governo. A obsessão do regime de Trump com o Presidente Maduro e a Venezuela não tem precedentes e ele usou todos os mecanismos à sua disposição para aniquilá-los”, acusou Alex Saab.

Para o colombiano, “é inegável que o processo vingativo e infundado iniciado pelos EUA” representa também “um abuso judicial extraterritorial”, em Cabo Verde, e “politicamente motivado”, numa “guerra judicial” que está a acontecer, neste caso, numa “escala nunca vista antes”.

Neste processo, os EUA, que pedem a extradição do colombiano, acusam Alex Saab de ter branqueado 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) para pagar atos de corrupção do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, através do sistema financeiro norte-americano.


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Escrito por: África 21 Digital

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