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São Tomé/Eleições: Bom Jesus quer maioria absoluta

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O atual primeiro-ministro são-tomense e candidato do MLSTP/PSD às eleições legislativas de domingo, Jorge Bom Jesus, pede maioria absoluta para “governar de mãos livres”, mas admite fazer coligações pós-eleitorais, rejeitando qualquer acordo com a Ação Democrática Independente (ADI, oposição).
África 21 Digital com Lusa/RTP


Jorge Bom Jesus, primeiro-ministro de São Tomé. Foto: Angop/Arq


“Eu estou a pedir maioria absoluta para ter mãos livres, de forma que eu possa de facto concretizar os projetos e o programa que nós temos para o país e nós estamos confiantes”, afirmou Jorge Bom Jesus, que conclui agora um mandato à frente do Governo de São Tomé e Príncipe, numa coligação entre o seu partido, Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD) e PCD/UDD/MDFM.

Sobre a possibilidade de fazer um acordo pós-eleitoral para garantir uma maioria absoluta, Jorge Bom Jesus foi perentório: “Uma certeza, eu tenho, não farei nenhuma coligação com o ADI. Esta certeza eu tenho”.

A Ação Democrática Independente é liderada por Patrice Trovoada, antecessor de Bom Jesus no Governo, e que regressou ao país no domingo, após quatro anos de ausência, para participar na reta final da campanha eleitoral.

“O resto, o futuro nos dirá, mas para quem governou com quatro partidos como eu, sabem que eu sou um homem resiliente e o interesse superior da São Tomé e Príncipe obriga-me a buscar soluções para o país”, acrescentou.

“Naturalmente estou a buscar o melhor resultado para o MLSTP, mas não sendo possível, temos de viabilizar o país”, comentou.

Questionado sobre se já contactou alguns dos outros partidos que concorrem às legislativas do próximo domingo, Jorge Bom Jesus disse que não.

“Cada um está a trabalhar no seu lado, estou a fazer o meu melhor para governar sozinho. Não sendo possível, naturalmente, somos todos são-tomenses, STP, somos todos primos”, referiu.

Durante os quatro anos de governação, admitiu, não conseguiu concretizar tudo a que se tinha proposto.

“Nós fizemos aquilo que era possível e, contra ventos e marés, num contexto de coabitação com os presidentes da República [Evaristo Carvalho e Carlos Vila Nova], mas também numa coligação ampla de quatro partidos. Eu tive de ter muita mola, muita resiliência, muito espírito de diálogo e de ponte para que nós pudéssemos, enfim, chegar ao final do mandato, um parto que muita gente não contava que acontecesse”, comentou.

Os últimos quatro anos, salientou, foram marcados por dificuldades, nomeadamente a pandemia de covid-19, o aparecimento de dengue e enxurradas que causaram destruição em alguns pontos do país.

Sobre as prioridades para um segundo mandato, caso seja eleito, Bom Jesus apontou a situação económica do país.

“Os projetos estruturantes vão ter de arrancar”, comentou, dando como exemplos o porto de águas profundas de Fernão Dias, o aeroporto, o alargamento da marginal e a requalificação da capital, um programa para garantir a soberania alimentar e nutricional, o turismo e os serviços.

“Só o crescimento económico é que vai permitir o recuo da pobreza, e, sobretudo, a criação de emprego jovem. Os programas sociais vão continuar também, vamos ter de apoiar a população para mitigação do impacto da covid-19”, prosseguiu.

Medidas no eixo social, englobando a saúde, educação e proteção social estão pensadas e a recuperação do hospital central Ayres de Menezes é outra prioridade, até porque, salientou: “a nova era do petróleo na nossa zona económica exclusiva vai arrancar e penso que os hospitais servem para os turistas, para a população, mas também para prestar serviços às plataformas”.

Questionado sobre se está confiante que será viável explorar petróleo ao largo da costa são-tomense, o candidato garantiu que sim.

“Deus não é tão injusto para dar petróleo a toda a sub-região e não dar a São Tomé e Príncipe. Nós acreditamos que, depois de tanto sofrimento, Deus e a natureza estão a reservar alguma boa nova para nós e será o petróleo de certeza”, acrescentou.

No total, 11 partidos e movimentos, incluindo uma coligação, concorrem às legislativas, no mesmo dia em que decorrem eleições autárquicas e para o governo regional do Príncipe.


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Escrito por: África 21 Digital

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