As autoridades de Moçambique anunciaram hoje (24) a retirada de 23 moçambicanos a residir no Sudão, país que regista confrontos entre o exército e um grupo paramilitar desde 15 de abril.
África 21 Digital com Lusa
Foto: Sputnik/arq
“Todos os 23 moçambicanos, em princípio, partem hoje do Sudão para Addis Abeba [capital da Etiópia], depois vamos ver […] qual é a previsão de chegada aqui ao país”, disse Armando Muiuane Júnior, diretor do Instituto Nacional para as Comunidades Moçambicanas no exterior, citado pela Rádio Moçambique.
O responsável avançou que se está a acompanhar de “forma permanente” todo o movimento dos moçambicanos no Sudão, referindo que 22 são estudantes e um é padre em Cartum, capital sudanesa.
Muiane referiu ainda que todos os aspetos logísticos e de segurança foram tratados ao longo da semana, acrescentando que os moçambicanos serão levados de autocarro do Sudão para Addis Abeba.
O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os violentos combates no Sudão opõem forças do general Abdel Fattah al-Burhan, líder de facto do país desde o golpe de Estado de 2021, e um ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Os confrontos começaram devido a divergências sobre a reforma do exército e a integração das RSF no exército, parte do processo político para a democracia no Sudão após o golpe de Estado de 2021.